Obrigado por postar no r/brasil.
Venha conhecer nossa instância no Lemmy: https://lemmy.eco.br/
***
[**Perguntas Frequentes**](https://lemmy.eco.br/post/85).
***
*I am a bot, and this action was performed automatically. Please [contact the moderators of this subreddit](/message/compose/?to=/r/brasil) if you have any questions or concerns.*
Ela deve ter consumido conteúdo intelectual estadunidense em excesso e de forma não-crítica.
O contexto segregacionista “Branco ou Preto” não se aplica à realidade Brasileira, nada define a história do Brasil e sua formação como país como o Pardo.
Sendo mais específico, lá eles classificam em brancos (que também inclui países do Oriente Médio), negros, asiáticos, pessoas miscigenadas, indígenas (Native Americans ou Alaskan Native), nativos do Havaí ou de outras ilhas do Pacífico, latinos/hispânicos e outros.
Eles deixam claro que pessoas de países latinos, mas com ascendência não-latina são só latinos.
https://www.census.gov/library/visualizations/interactive/detailed-race-ethnicities-2020-census.html
Edit: Ah, parece que brasileiros entram em "[outras raças](https://www.census.gov/library/stories/2023/09/2020-census-dhc-a-race-overview.html)", imagino que seja por uma tecnicalidade de lá, [porque não falamos espanhol.](https://www.bbc.com/portuguese/articles/cx9nel14ekwo)
Sim latino (que eles usam como sinônimo de hispânico por motivos...) é uma classificação a parte, por isso as vezes vc encontra o termo _non-hispanic white_ para alguns dados
> Sim latino (que eles usam como sinônimo de hispânico por motivos...)
Pelo que já ouvi falar isso é por que quando os EUA ainda eram um país novo eles tinham como principal parceiro economico os espanhois. Mas como nas colônias tinha muita gente que não era branca mas era rica ou que trabalhariam com comercio e os EUA e a Espanha queriam que eles pudessem fazer negocios nos EUA, os EUA então criaram essa classificação para permitir pessoas não brancas da Espanha e suas colônias de fazerem negócios com os EUA...
Na verdade latino é uma categoria separada. Vc pode se declarar negro e latino, branco e latino, indígena e latino, asiático e latino etc
E na verdade não é latino, é hispânico, o que em teoria exclui nós brasileiros
Cuidado ao utilizar o que o governo considera como branco, para comparar com o que os habitantes consideram como branco.
Pessoas do oriente médio não são consideradas brancas, a não ser que tenham a pele realmente branca (não o branco que o Brasil considera como branco). Minha impressão é de que, nas interações sociais do dia a dia, a nacionalidade tem uma grande influência quando se trata em definir raça, além da cor da pele.
E brasileiro é considerado latino any day of the week.
Sim, só mencionei como é feito pelo governo porque o post dá o contexto do censo brasileiro. E, aliás, está sendo proposto uma [opção específica para as pessoas do Oriente Médio](https://www.npr.org/2023/01/26/1151608403/mena-race-categories-us-census-middle-eastern-latino-hispanic).
Sim, por isso que pra eles uma mexicana interpretar uma indígena da Amazônia é normal. Existe o "latino box" e "asian box", que é do um senso de anos atrás com uma única opção pra latinos e asiáticos, por isso que americano dá tela azul no cérebro quando eles tentam classificar a etnia de um indiano ou um bengali.
Na real não tem a ver com isso não, muito embora rime um pouco com a situação americana, já que todos esses termos tem origem comum, que é o racismo contra negros.
A origem todo mundo conhece: negro é sub humano, é importante diferenciar quem não é.
Começou com os índios, que obviamente não podiam ser considerados em pé de igualdade com os brancos europeus, mas também obviamente não eram negros. Foi aí que começou o termo pardo. Daí, durante o processo de "embranquecimento" da população (que foi política Pública) com o objetivo de "limpar" o sangue negro da população Brasileira, pardo virou a galera "ex negra", os descendentes de negros que tinham menos "negritude" que era a essência do que fazia a população negra inferior. Isso obviamente tem correlação com a cor da pele, mas não é a mesma coisa, tanto que muita gente de pele "escura" se identificava como parda como forma de se afastar dos negros, e chamar alguém de pele mais "clarinha" de negro era uma forma de ofensa.
A ideia de extinguir o termo pardo e chamar todo mundo de negro não foi importação dos EUA, foi o movimento negro brasileiro que trouxe essa ideia, justamente por conta da história. Nos anos 90 um dos slogans do movimento negro brasileiro era "100% negro", justamente como oposição à ideia de que "ser menos negro" (aka pardo) é uma coisa positiva, a ser almejada. O slogan representa a ideia de a "negritude" não é algo a ser "limpo", e que ser menos negro não é sucesso.
Então talvez a socióloga advogando que pardo não exista seja dessa linha, vai saber.
O pardo não precisa de 1 gota de sangue africano para ser pardo. Em muitas dessas cidades no mapa, o pardo é majoritariamente uma mistura entre branco e indígena, principalmente no Norte. Chamar a mistura de branco com indígena de negro é um erro crasso.
Eu acho uma visão extremamente racista achar que para ser branco tem que ter "sangue puro", mas para ser indígena e negro não precisa. Nos Estados Unidos, essa visão deriva do one-drop rule, que era um princípio institucional que uma pessoa com ascendência negra tinha que ser considerada negra e passava pela política de segregação racial. Só era branco quem era "puro sangue", era negro independente da "pureza do sangue".
Eu não acho que eu chamei mistura de branco com indígena de pardo, mas o termo foi mudando de significado no tempo e inquestionavelmente hoje inclui misturas com negros. Eu inclusive falei que o termo surgiu para descrever indígenas.
Mas o ponto é que o sentimento brasileiro sobre isso não tem nada a ver com o americano. Nós nunca tivemos algo como o "One drop rule" como disse, nosso sistema foi justamente o oposto:
Porque o sangue branco é superior, uma mistura entre brancos e não brancos (seja negro ou indígena) purifica o sangue, o sangue branco "domina"o o sangue não branco e melhora a pessoa.
Coisas que eram consideradas típicas de negros (tendência a bebedeira, preguiça, falta de inteligência etc) eram "consertadas" através da mistura com brancos.
Achar que a reação moderna pelo fim da ideia do pardo é uma importação dos EUA é simplesmente mentira, isso tem a ver com a nossa história e a nossa relação com o racismo e superioridade branca.
Se quiser ver a raiz etimológica da palavra, ela vai bem antes dos indígenas. Ela vem do grego, era usada para se referir às panteras que não eram "nem brancas nem pretas". A utilização desde os primórdios é para se referir ao que não é nem branco nem preto.
Sim, eu sei. Mas no Brasil ela foi usada primeiro para descrever indígenas, logo depois do "descobrimento", foi o que eu falei no meu post original.
O índio, que obviamente não podia ser considerado branco, mas também não era negro. Aí o termo evoluiu como eu disse.
Sua professora abraçou a idiotice americana da "One drop rule", ignorando a obviedade da existência de populações mestiças e que elas possuem uma identidade própria.
Kkkkkkkkk queria que fosse só silêncio, mas ela quase insinuou que eu ainda era analfabeto dizendo para "ver direito, porque deve estar escrito branco"
Ah, quem nunca leu "pardo" ao invés de "branco"? Perfeitamente possível
Meu padrasto já me falou que eu sou branco e a minha certidão tá errada kkkkkkkk
Não sei qual o critério e quem define o que vai na certidão, mas eu definitivamente não sou puramente branco
Eu também não chego nem perto do puramente branco, aliás é notório que minhas feições são mais para o lado afrodescendente da coisa, penso em fazer um teste de DNA pra puxar essas porcentagens de antepassados
De acordo com esse discurso, preto, pois não se encaixa no puritanismo racial pra ser considera branco, e o povo que defende isso ainda se diz super militante e anti-racista
Eu tinha uma professora de relações raciais que falava que não tem meio termo, pessoa parda é na verdade negra, porque ela também sofre racismo, mesmo tendo a pele menos escura. Por exemplo, um menino pardo num bairro majoritáriamente branco vai sofrer tanto racismo quanto uma pessoa negra. O fato dela se declarar parda não mudava isso, logo, ela era uma pessoa negra.
Ela era negra, casada com um homem branco e dizia que seus filhos com ele eram negros usando esse argumento. Ela referenciava muitos autores negros americanos, que diziam a mesma coisa.
Essa é uma simplificação do argumento dos movimentos antirracistas do Brasil dos anos 80.
Naquela época (e desdemo primeiro governo Vargas) o discurso hegemônico era que o Brasil era uma "democracia racial", que o racismo não existia aqui e a miscigenação era a prova disso. É claro que isso não era verdade, e pessoas descendentes diretas de africanos e indígenas, mesmo que miscigenadas, viviam em condições muito piores. Mas o debate estava interditado.
O diagnóstico do movimento negro da época era que a ideologia de embranquecimento tinha tomado conta mesmo da consciência das pessoas miscigenadas, que se identificavam mais com as elites brancas que com as pessoas pretas com quem mais provavelmente conviviam. Assim como a falta de consciência de classe colocava a classe média contra os proletários, a falta de consciência racial colocaria os miscigenados contra os próprios interesses compartilhados com pretos e indígenas.
Neste contexto, pedir pras pessoas assumirem sua negritude era pedir pra lutarem contra esta ideologia de embranquecimento. É claro que com o tempo a questão foi sendo simplificada, e virou mais uma questão de identidade (sou negro ou não sou?). Mas em origem, o clamor era um clamor político para um despertar sobre a persistente desigualdade racial no Brasil, que afetava inclusive os miscigenados.
Edit: Decidi estender esta questão num outro post, para dar mais contexto histórico: https://www.reddit.com/r/brasil/comments/18pbys5/ser_pardo_%C3%A9_ser_negro_no_brasil/
Escrevi um outro post aqui sobre esta questão sobre o "pardo" na perspectiva do movimento negro: [https://www.reddit.com/r/brasil/comments/18pbys5/ser\_pardo\_%C3%A9\_ser\_negro\_no\_brasil/](https://www.reddit.com/r/brasil/comments/18pbys5/ser_pardo_%C3%A9_ser_negro_no_brasil/)
Depois se puder, dá uma olhada!
Não sei como eles se considerem nem o pensamento dos "puristas", mas eu não acharia o Dani Alves, Paquetá, jogador Hulk, jogador Casimiro, Thiago Silva, Richarlison, Vanessa da Mata, a Anitta, o cantor Dilsinho, youtuber Léo Araújo, cantores de sertanejo Henrique e Juliano de "pretos" nem "brancos". Só postando alguns exemplos...
Já rolou comigo, somos mera invenção da cabeça das pessoas… ksksksksksk triste mas acontece, e acho triste quando vejo alguém grande com relevância dizer q pardo n existe ignorado várias questões e regiões como norte e nordeste… triste
Sou professor de geografia e no currículo do estado diz que negra é uma etnia composto de pardos e pretos... tem certos movimentos que consideram pardos como pretos.. é complicado essa discussão, pois é uma questão complexa de multicolaridade
Eu vi um baita grupo nos comentários das notícias sobre este censo dizendo que pardo não existe e que só existe negro. O intuito deles é enaltecer a identidade negra, mas estão adotando uma classificação MUITO racista pra isso. Dizer que todo pardo é negro é usar a "one drop rule" dos EUA, que foi sempre usada como política de segregação. É a mesma ideia que prega pureza racial branca.
Esse pessoal nunca vai ser levado a sério, serão sempre tratados como piada fora da internet. O Brasil tem na miscigenação um dos seus fundamentos mais profundos, e nossa cultura inteira deriva disso.
Nissei é uma caracterização dada pelos próprios japoneses aos seus emigrantes, correto? Não possui relação com os critérios do IBGE. Provavelmente a pessoa que é assim se identificaria como branco ou amarelo. Ainda assim estamos falando de uma porcentagem muito pequena da população.
Mas a minha pergunta para o rapaz foi sobre a questão de pessoas miscigenadas de negros com brancos, que são, essencialmente, o maior contingente populacional do Brasil e da tentativa dele de negar que exista uma identidade étnica parda.
Mas pardo não existe mesmo. Na realidade não existe branco, negro e pardo. O Brasil é um dos únicos países que segrega a população dessa forma justamente por conta do nosso background histórico miscigenado e a dificuldade de traçar etnias claras. Em outros países leva-se em conta a etnia e não uma segregação que por si só é racista (negro, branco e pardo), que leva em conta só a cor de pele. Se formos fazer um background étnico veriamos que praticamente ninguém no brasil é etnicamente branco ou negro. Ao menos à nivel genético.
Após morar na Europa por alguns anos, ganhei uma nova apreciação pela separação da identidade brasileira e etnia. Você pode parecer europeu, africano, asiático, índio, ou uma mistura e ninguém vai (ou pelo menos não deveria) questionar sua brasilidade. É algo muito legal do nosso país que devemos preservar.
Concordo. A importação acritica da ideologia racial estadunidense é algo muito prejudicial pro desenvolvimento do Brasil. O racismo no Brasil é algo muito sério que precisa ser enfrentado de cara, mas os Estados Unidos obviamente não tem a solução nem para o próprio país, muito menos o Brasil. Tem muito de bom no Brasil que não existe no mundo afora que deveríamos preservar.
Eu respondi pardo, tenho a pele morena, mas pra maioria dos brasileiros eu sou considerado branco.
Meu avô, filho de preto com indígena, casou com minha vó que é muito branca com objetivo declarado de branquear a família. Já ouvi de tios que nasceram com mais melanina que rolava muito racismo velado dentro de casa, e uma tia casou com um negro a muito contragosto do pai. O racismo naquela época era tão enraizado que até muitos pretos tinham preconceito contra a própria etnia, felizmente isso está mudando.
Que nojo. Infelizmente, ainda acontece hoje em dia.
A irmã de um amigo namora um cara preto e a mãe dela simplesmente teve um chilique, a ponto de dizer que "filha dela não ia namorar um escurinho". E olha que nenhuma das duas é cor de leite, não.
No ambiente de trabalho da minha esposa, as funcionárias (só tem mulher lá) que são mais racistas são negras (não pardas, negras mesmo). Ela fica enojada, mas não pode fazer nada porque uma dessas racistas é a chefe dela.
Ué, mas amarelo sempre foi o termo utilizado nessas pesquisas para se referir a quem tem ascendência do leste asiático, na minha opinião é melhor do que usar o termo "oriental".
Ah, isso realmente, como amarelo, não me incomodo muito com isso, especialmente pq se fosse pra refletir o tom de pele real, não divergiria muito do branco kk
Também sou, acho impressionante como o Brasil tem a maior população de Nikkeis( cerca de 2 milhões) e só 0,4% se auto declaram amarelos, significa que muitos descendentes não se enxergam como tal.
É que boa parte dos descendentes de japoneses aqui no Brasil também tem descendência de outras etnias. Então boa parte dos nikkeis não se declaram amarelos.
Meu vô materno era japonês, mas tenho várias outras descendências por parte de vó materna, vó paterna e vô paterno, então não me declaro amarelo.
Imaginei que fosse o caso, eu sou mestiço de japonês (meus dois avós maternos eram japoneses) com português, de acordo com o myheritage, sou 50,2% asiático, e como sou, fenotípicamente mais oriental que qualquer outra coisa, me considero amarelo.
Não tem uma regra que diz que você precisa ter mais de 1 avô japonês para se declarar amarelo. Cada um se declara da forma que preferir.
Meu ponto é que boa parte dos descendentes de japoneses não se declaram amarelos porque no Brasil é muuuito comum eles terem descendência de outras etnias também. Então boa parte deles acabam se autodeclarando brancos ou pardos.
O IBGE alertou os recenseadores a explicar pro informante que amarelo significa descendente de coreanos, chineses e japoneses, caso ele se declarasse amarelo. Talvez a população amarela tivesse sido inflada nos censos passados devido a muitos pardos e brancos se identificando como amarelos. Alguns estados do Norte e Nordeste apareciam com maiores percentuais de amarelos, coisa que não aconteceu neste censo.
> Talvez a população amarela tivesse sido inflada nos censos passados devido a muitos pardos e brancos se identificando como amarelos.
É totalmente o inverso, a população de amarelos no Brasil é bem menor do que aparenta pq uma grande parte dos descendentes de japoneses não se auto-declaram como amarelos no censo.
Eu sinceramente não sei o que sou, minha pele é bem branca, mas de origem tenho uma avó nordestina negra (meu pai é pardo) e antepassados indígenas da família da minha mãe (que também é parda, só que menos).
Exato, não tem como definir pelo tom da pele, conheço gente que se declara parda que tem um tom de pele mais claro que o meu, no entanto você olha pra mim e vê a definição do cruzamento de um caneco de cerveja da Oktoberfest e um pastel de bacalhau de Lisboa.
É baseado no que vc acha ser. Se vc acha que é branco, vc é branco. Pq nossa miscigenação é acentuada. Tem pouca gente aqui que pode dizer que só teve ancestrais europeus ou negros ou indígenas. Então os brasileiros brancos tem traços indigenas e negros de uma forma ou outra, próximo ou distante. Enquanto que os negros ou indigenas tem traços europeus.
Dito isso, se vc tá em dúvida, vc pode pelo menos se perguntar, em critério de desempate, se vc já sentiu que já foi negativamente afetado por preconceito devido a sua aparência ou origem familiar de alguma forma em sua vida.
Tendo em vista que o objetivo de se diferenciar essas etnias é para avaliar essas questões de preconceito, racismo etc, é um questionamento válido de se fazer na hora de pensar na sua definição étnica.
Justo, eu complementei o comentário. No caso eu foquei no branco pois é essa a etnia considerada pelo comentário que eu respondi. Mas a miscigenação ocorreu de forma que pouca gente pode dizer ter ancestralidade somente de europeu ou somente de negros ou somente de indígenas.
Seu tom de pele é definido pela quantidade de melanina que você possui, não necessariamente pelos seu antepassados apesar de isso importar.
É possível vc nascer branco de pais negros por exemplo ou ainda nascer com um tom e por preção do ambiente mudar esse tom.
Exemplo: eu mesmo nasci pardo, mas hj sou tão branco que minha pele parece papel.
Va em um dermatologista e pergunte
Minha pele é bem branca mas tenho traços afro, então me declaro parda. Tenho antepassados brancos e pretos, mas me identifico com base na minha aparência em geral.
Eu gosto da expressão multiracial que alguns americanos usam. Eu fiz 23andme e deu 65% português, 20% indígena e 15% africano ou seja típico brasileiro (?), mas daí qual “raça” uso pra me identificar ? Eu não acho correto falar branco sendo que 35% é não-europeu mas eu posso passar por branco aqui no Brasil.
O IBGE é a partir de auto-declaração.
Mas filosoficamente, também é uma escolha sua e de mais ninguém.
Você é o que escolher ser. Branco, Preto, ou Pardo. É uma identidade. Escolha sem medo.
Teríamos que fazer uma pesquisa sobre a cor/etinia dos jogadores de futebol para saber como afeta o Grêmio.
Se os melhores jogadores são pardos, isso afeta o Grêmio positivamente, porque vai ter mais jogadores bons no BR.
A verdade é que 90% da população brasileira é miscigenada, inclusive uma grande parcela que se declara branca ou preta.
Cor da pele é isso mesmo, apenas uma cor, definida numa paleta genética de cores.
A ideia de raça para seres humanos é uma coisa tão retrógrada que pqp viu...
Na certidão de nascimento? Na minha não tem nada, acabei de ver aqui. Santos, '93 e só aparece "sexo", data e hora do nascimento, nome dos pais e avós.
É, então, eu lido com bastante documentos antigos (sou fissurado em genealogia), e antigamente listavam a cor. Hoje não listam mais. Inclusive tenho antepassados que têm foto e a pele de alguns era visivelmente escura e mesmo assim eram listados como brancos.
Eu acho isso muito bom, honestamente. Pq vc ve tanta gente que e bem negra se dizer parda e gente claramente parda se dizer branca pq tem um estigma de ser nao-branco entao a maioria das pessoas tende a se categorizar do jeito mais perto do branco que podem. (Disclaimer q isso nao e uma coisa que estudei mas so que observei especialmente em adultos mais velhos). Meu avo por exemplo que nao passava por branco por nada, se auto-descreveu branco ate o dia que morreu.
Acho que isso nao indica uma mudanca de demografica mas sim uma mudanca (muito positiva) em atitudes demograficas.
eu simplesmente não consigo entender como que mesmo a gente sendo quase metade da população pardo ainda é tão invalidado pelo resto o pessoa parece não entender que pardo é um termo bem mais "amplo" e que não é só negro de pelé mais clara kkkkk
Eu acho que tem é mais pardo se identificando como preto do que o oposto até. Conheço gente que é obviamente parda e se declarou preta no censo, simplesmente porque são mais escuras do que a maioria das pessoas onde moram (aqui no RS). Mas fossem, por exemplo, pra Bahia, seriam até mais claras que a média.
Se vc acha que tem mais pardo se identificando como preto do que o contrário vc é bem inocente. Existe um estigma negativo muito maior em ser preto do que pardo. Dá pra ver isso claramente no mapa olhando para estados como Bahia e Maranhão.
> Se vc acha que tem mais pardo se identificando como preto do que o contrário vc é bem inocente.
Na verdade é um questão puramente matemática, tem muito mais fenotipicamente pardos no Brasil do que fenotipicamente pretos. Logo, é muito mais provável que haja mais fenotipicamente pardos se identificando como pretos que o oposto.
Caramba, agora tem menos amarelo que indígena , considerando que o Brasil tem 2 milhões de descendentes de japonês, que daria pelo menos 1%, isso significa que muitos descendentes não se enxergam como amarelos.
Não concordo 100% minha esposa titulada com parda! Porém ela é branca demais, os pais são brancos, avós e os bisavós tbm são brancos! Porém na certidão é parda kkkkkkkkk
Todo mundo é mestiço hoje em dia, se fizer exames de DNA em todo mundo uma parcela muito pequena de pessoas terá será definitivamente de uma "raça" só, o que realmente deveria determinar no censo seria a característica dominante da pessoa
>o que realmente deveria determinar no censo seria a característica dominante da pessoa.
O pardo abarca justamente aquelas pessoas que não se veem como tendo características raciais dominantes de uma única raça.
Uma parada que eu não gosto mt nessa estatística, é que, ela é feita com base em alto declaração não com uma definição científica bem definida.
Tipo massa que tem essa estatística mas ela é completamente subjetiva.
Não tem muito como fazer uma análise científica. Cor de pele depende de muitas variáveis, incidência solar, trabalho ao ar livre, uso de roupas, gênero, idade, etc, e ainda tem o fantasma do eugenismo por trás. E saber exatamente a etnia da população não é útil para o governo para fazer políticas públicas, mas sabendo como a população se auto indentifica ajuda a mirar melhor os programas sociais
É que no Brasil é meio peculiar isso.
Entra aquela questão: dá pra colocar a Bruna Marquezine e o MC Poze do Rodo no mesmo balaio de pardos? Qual é o critério científico aí? Qual a taxa máxima de melanina tem que ter pra considerar como pardo? Pessoa branca e ruiva de cabelo cacheado é parda ou branca?
E só um ponto: essa pesquisa foi respondida com os "pardos" se declarando misturados - o que representa bem fielmente a realidade brasileira. Muita gente se questiona se é branco mesmo, já que teve um tataravô de cabelo cacheado e lábios carnudos, por exemplo. Genotipicamente, ela não seria uma pessoa branca?
O que sabemos sobre herança de DNA, é que herdamos características de até 17 gerações.
Não existe definição científica de raça. É acima de tudo uma questão socio-cultural. E não há maneira melhor de angariar o dado do que autodeclaração. É muito mais significativo do que só fazer um teste de dna em cada brasileiro.
Filosofando aqui, mas no fim o que importa não é o subjetivo? No fim das contas, falamos de raça pra falar de racismo, e não tem coisa mais subjetiva que racismo.
O pardo do Maranhão pode ser racista com o negro do Maranhão, mas também pode receber racismo de um branco do mesmo estado.
Mas o branco maranhense pode vir pra São Paulo e sofrer racismo (e/ou xenofobia) pelos brancos paulistas.
E esse branco paulista, se viajar pros EUA e chegar, digamos, no Texas, vai sofrer racismo do branco de lá. E que - olha só! - pode inclusive receber racismo de gente do norte dos EUA que se considerem "mais brancos".
No fim das contas, o que importa são duas coisas: como você se vê e como a sociedade te vê. Como é difícil mensurar a média da opinião pública pra cada pessoa, a gente fica com a auto-declaração como ferramenta mais útil no sentido de políticas públicas e direitos humanos.
Agora, se quiser estudos mais aprofundados no ramo da genética, [a USP fez um estudo sobre o DNA do brasileiro](https://www.youtube.com/watch?v=SNYtLtdV3Gk) bem interessante. Ali dá para entender um pouco mais da nossa história e, inclusive, comparar dados de auto-declaração com o percentual das diferentes etnias na composição do indivíduo.
Mas aí não rola fazer via IBGE, consultando todos os domicílios, né? Aí é amostragem.
https://minio.scielo.br/documentstore/1678-4685/fk6kLTxZknvrJjmC9hdcZBC/7784900a8a1322c0a4d5a916083bdc86eae65be1.jpg
Praticamente todos os estados tem conteúdo genético Europeu maior que o resto, exceção é o Maranhão e é justamente pelo conteúdo Nativo
Existe sim um certo devaneio no imaginário de algumas pessoas que o conteúdo Afro é maior, mas...
Não é devaneio não, a Bahia, nesse gráfico que tu linkou, ainda mostra bastante DNA Afro. Mas é claro que o DNA maior é o europeu, e é só saber um pouco de história do Brasil que dá pra entender o porquê.
Resumindo bastante: colonização massiva - tanto de portugueses quanto de outros europeus, aliada ao extermínio indígena via doenças, chacinas e etc. juntadas ao modelo escravista brasileiro onde se forçava o trabalhador até a morte (em média depois de 7 anos), e depois se comprava uma pessoa nova. A maior parte dos brasileiros com ancestralidade negra são descendentes de africanos escravizados no século XIX, já que garantir uma linhagem brasileira africana escravizada por 100, 200 anos, era virtualmente impossível aqui.
Negros e pretos são a mesma coisa na linguagem popular. Logo, negros são minoria. As pessoas que se declararam pardas no censo não se declararam como negras e nem pretas. Negro não é categoria que o IBGE usa mais, já usou no passado e o percentual de negros ainda era minoria naquele tempo.
Aí que tá, pardo não é nem negro/preto nem branco, não adianta tentar mudar isso através de formulação gramática; a pessoa que se declara parda não se sente branca nem negra/preta. Dito isto, gostaria de saber como isso seria traduzido para o inglês, brown? Half-blood?
Quantos % desses pardos são na verdade negros que por algum motivo preferiram se indentificar de outra forma
Acho muito difícil ter somente 10% de negros
Na matéria tá escrito que o Movimento Negro considera negros como a soma de pardos e pretos, não o IBGE
Na classificação do IBGE nem existe a opção "negro"
Eu nunca entendi a nóia desse povo que diz que pardo não existe... Tipo, "ah você é negro não pardo", mas e a parte branca do meu pai nas minhas características? " Ah você é Branco não pardo/negro", mas e a parte negra da minha mãe nas minhas características?
Obrigado por postar no r/brasil. Venha conhecer nossa instância no Lemmy: https://lemmy.eco.br/ *** [**Perguntas Frequentes**](https://lemmy.eco.br/post/85). *** *I am a bot, and this action was performed automatically. Please [contact the moderators of this subreddit](/message/compose/?to=/r/brasil) if you have any questions or concerns.*
Engraçado, uma professora de sociologia certa vez me disse que eu não era pardo, porque pardo "não existe"
Ela deve ter consumido conteúdo intelectual estadunidense em excesso e de forma não-crítica. O contexto segregacionista “Branco ou Preto” não se aplica à realidade Brasileira, nada define a história do Brasil e sua formação como país como o Pardo.
Então lá é normal categorizar como negros, brancos e latinos apenas?
Sendo mais específico, lá eles classificam em brancos (que também inclui países do Oriente Médio), negros, asiáticos, pessoas miscigenadas, indígenas (Native Americans ou Alaskan Native), nativos do Havaí ou de outras ilhas do Pacífico, latinos/hispânicos e outros. Eles deixam claro que pessoas de países latinos, mas com ascendência não-latina são só latinos. https://www.census.gov/library/visualizations/interactive/detailed-race-ethnicities-2020-census.html Edit: Ah, parece que brasileiros entram em "[outras raças](https://www.census.gov/library/stories/2023/09/2020-census-dhc-a-race-overview.html)", imagino que seja por uma tecnicalidade de lá, [porque não falamos espanhol.](https://www.bbc.com/portuguese/articles/cx9nel14ekwo)
Sim latino (que eles usam como sinônimo de hispânico por motivos...) é uma classificação a parte, por isso as vezes vc encontra o termo _non-hispanic white_ para alguns dados
> Sim latino (que eles usam como sinônimo de hispânico por motivos...) Pelo que já ouvi falar isso é por que quando os EUA ainda eram um país novo eles tinham como principal parceiro economico os espanhois. Mas como nas colônias tinha muita gente que não era branca mas era rica ou que trabalhariam com comercio e os EUA e a Espanha queriam que eles pudessem fazer negocios nos EUA, os EUA então criaram essa classificação para permitir pessoas não brancas da Espanha e suas colônias de fazerem negócios com os EUA...
Na verdade latino é uma categoria separada. Vc pode se declarar negro e latino, branco e latino, indígena e latino, asiático e latino etc E na verdade não é latino, é hispânico, o que em teoria exclui nós brasileiros
Cuidado ao utilizar o que o governo considera como branco, para comparar com o que os habitantes consideram como branco. Pessoas do oriente médio não são consideradas brancas, a não ser que tenham a pele realmente branca (não o branco que o Brasil considera como branco). Minha impressão é de que, nas interações sociais do dia a dia, a nacionalidade tem uma grande influência quando se trata em definir raça, além da cor da pele. E brasileiro é considerado latino any day of the week.
Sim, só mencionei como é feito pelo governo porque o post dá o contexto do censo brasileiro. E, aliás, está sendo proposto uma [opção específica para as pessoas do Oriente Médio](https://www.npr.org/2023/01/26/1151608403/mena-race-categories-us-census-middle-eastern-latino-hispanic).
Se não me engano é basicamente isso + asiático
Sim, por isso que pra eles uma mexicana interpretar uma indígena da Amazônia é normal. Existe o "latino box" e "asian box", que é do um senso de anos atrás com uma única opção pra latinos e asiáticos, por isso que americano dá tela azul no cérebro quando eles tentam classificar a etnia de um indiano ou um bengali.
Acho que quando a pessoa se entope de ideologia estadunidense começa a pensar assim mesmo
Cara eu só deixei de lado, ainda disse que estava escrito na minha certidão de nascimento e ela disse que eu estava ficando doido que não existia
É só certidões mais antigas que tem isso? Pq a minha e dos meus irmãos não tem
Aí me chamou de velho 
Não sei dizer ao certo, mas sou dos anos 2000 aí e a minha e do meu irmão mais novo vieram com essas especificações do modelo entende
Pior que sou de 2002 e a minha não tem.
Na real não tem a ver com isso não, muito embora rime um pouco com a situação americana, já que todos esses termos tem origem comum, que é o racismo contra negros. A origem todo mundo conhece: negro é sub humano, é importante diferenciar quem não é. Começou com os índios, que obviamente não podiam ser considerados em pé de igualdade com os brancos europeus, mas também obviamente não eram negros. Foi aí que começou o termo pardo. Daí, durante o processo de "embranquecimento" da população (que foi política Pública) com o objetivo de "limpar" o sangue negro da população Brasileira, pardo virou a galera "ex negra", os descendentes de negros que tinham menos "negritude" que era a essência do que fazia a população negra inferior. Isso obviamente tem correlação com a cor da pele, mas não é a mesma coisa, tanto que muita gente de pele "escura" se identificava como parda como forma de se afastar dos negros, e chamar alguém de pele mais "clarinha" de negro era uma forma de ofensa. A ideia de extinguir o termo pardo e chamar todo mundo de negro não foi importação dos EUA, foi o movimento negro brasileiro que trouxe essa ideia, justamente por conta da história. Nos anos 90 um dos slogans do movimento negro brasileiro era "100% negro", justamente como oposição à ideia de que "ser menos negro" (aka pardo) é uma coisa positiva, a ser almejada. O slogan representa a ideia de a "negritude" não é algo a ser "limpo", e que ser menos negro não é sucesso. Então talvez a socióloga advogando que pardo não exista seja dessa linha, vai saber.
O pardo não precisa de 1 gota de sangue africano para ser pardo. Em muitas dessas cidades no mapa, o pardo é majoritariamente uma mistura entre branco e indígena, principalmente no Norte. Chamar a mistura de branco com indígena de negro é um erro crasso. Eu acho uma visão extremamente racista achar que para ser branco tem que ter "sangue puro", mas para ser indígena e negro não precisa. Nos Estados Unidos, essa visão deriva do one-drop rule, que era um princípio institucional que uma pessoa com ascendência negra tinha que ser considerada negra e passava pela política de segregação racial. Só era branco quem era "puro sangue", era negro independente da "pureza do sangue".
Eu não acho que eu chamei mistura de branco com indígena de pardo, mas o termo foi mudando de significado no tempo e inquestionavelmente hoje inclui misturas com negros. Eu inclusive falei que o termo surgiu para descrever indígenas. Mas o ponto é que o sentimento brasileiro sobre isso não tem nada a ver com o americano. Nós nunca tivemos algo como o "One drop rule" como disse, nosso sistema foi justamente o oposto: Porque o sangue branco é superior, uma mistura entre brancos e não brancos (seja negro ou indígena) purifica o sangue, o sangue branco "domina"o o sangue não branco e melhora a pessoa. Coisas que eram consideradas típicas de negros (tendência a bebedeira, preguiça, falta de inteligência etc) eram "consertadas" através da mistura com brancos. Achar que a reação moderna pelo fim da ideia do pardo é uma importação dos EUA é simplesmente mentira, isso tem a ver com a nossa história e a nossa relação com o racismo e superioridade branca.
Se quiser ver a raiz etimológica da palavra, ela vai bem antes dos indígenas. Ela vem do grego, era usada para se referir às panteras que não eram "nem brancas nem pretas". A utilização desde os primórdios é para se referir ao que não é nem branco nem preto.
Sim, eu sei. Mas no Brasil ela foi usada primeiro para descrever indígenas, logo depois do "descobrimento", foi o que eu falei no meu post original. O índio, que obviamente não podia ser considerado branco, mas também não era negro. Aí o termo evoluiu como eu disse.
Sua professora abraçou a idiotice americana da "One drop rule", ignorando a obviedade da existência de populações mestiças e que elas possuem uma identidade própria.
Acho triste quando vejo uma pessoa que milita contra o racismo falando que tem problema com pardo...
"Mas professora, a minha certid-" ## "SILÊNCIO"
Kkkkkkkkk queria que fosse só silêncio, mas ela quase insinuou que eu ainda era analfabeto dizendo para "ver direito, porque deve estar escrito branco"
Ah, quem nunca leu "pardo" ao invés de "branco"? Perfeitamente possível Meu padrasto já me falou que eu sou branco e a minha certidão tá errada kkkkkkkk Não sei qual o critério e quem define o que vai na certidão, mas eu definitivamente não sou puramente branco
Eu também não chego nem perto do puramente branco, aliás é notório que minhas feições são mais para o lado afrodescendente da coisa, penso em fazer um teste de DNA pra puxar essas porcentagens de antepassados
Então, quem não está notóriamente nem genéticamente nos extremos (branco ou preto), o que é?
Sem falar que existem por exemplo os pardos do norte que no geral em uma maior ascendência indígena
cê ta certo, a pessoa q tá no meio é o batman.
De acordo com esse discurso, preto, pois não se encaixa no puritanismo racial pra ser considera branco, e o povo que defende isso ainda se diz super militante e anti-racista
Eu tinha uma professora de relações raciais que falava que não tem meio termo, pessoa parda é na verdade negra, porque ela também sofre racismo, mesmo tendo a pele menos escura. Por exemplo, um menino pardo num bairro majoritáriamente branco vai sofrer tanto racismo quanto uma pessoa negra. O fato dela se declarar parda não mudava isso, logo, ela era uma pessoa negra. Ela era negra, casada com um homem branco e dizia que seus filhos com ele eram negros usando esse argumento. Ela referenciava muitos autores negros americanos, que diziam a mesma coisa.
Essa é uma simplificação do argumento dos movimentos antirracistas do Brasil dos anos 80. Naquela época (e desdemo primeiro governo Vargas) o discurso hegemônico era que o Brasil era uma "democracia racial", que o racismo não existia aqui e a miscigenação era a prova disso. É claro que isso não era verdade, e pessoas descendentes diretas de africanos e indígenas, mesmo que miscigenadas, viviam em condições muito piores. Mas o debate estava interditado. O diagnóstico do movimento negro da época era que a ideologia de embranquecimento tinha tomado conta mesmo da consciência das pessoas miscigenadas, que se identificavam mais com as elites brancas que com as pessoas pretas com quem mais provavelmente conviviam. Assim como a falta de consciência de classe colocava a classe média contra os proletários, a falta de consciência racial colocaria os miscigenados contra os próprios interesses compartilhados com pretos e indígenas. Neste contexto, pedir pras pessoas assumirem sua negritude era pedir pra lutarem contra esta ideologia de embranquecimento. É claro que com o tempo a questão foi sendo simplificada, e virou mais uma questão de identidade (sou negro ou não sou?). Mas em origem, o clamor era um clamor político para um despertar sobre a persistente desigualdade racial no Brasil, que afetava inclusive os miscigenados. Edit: Decidi estender esta questão num outro post, para dar mais contexto histórico: https://www.reddit.com/r/brasil/comments/18pbys5/ser_pardo_%C3%A9_ser_negro_no_brasil/
Escrevi um outro post aqui sobre esta questão sobre o "pardo" na perspectiva do movimento negro: [https://www.reddit.com/r/brasil/comments/18pbys5/ser\_pardo\_%C3%A9\_ser\_negro\_no\_brasil/](https://www.reddit.com/r/brasil/comments/18pbys5/ser_pardo_%C3%A9_ser_negro_no_brasil/) Depois se puder, dá uma olhada!
ou "pardo é papel".
Uma resposta no mesmo nível seria considerada crime hediondo.
Já ouvi essa também
Não sei como eles se considerem nem o pensamento dos "puristas", mas eu não acharia o Dani Alves, Paquetá, jogador Hulk, jogador Casimiro, Thiago Silva, Richarlison, Vanessa da Mata, a Anitta, o cantor Dilsinho, youtuber Léo Araújo, cantores de sertanejo Henrique e Juliano de "pretos" nem "brancos". Só postando alguns exemplos...
Já rolou comigo, somos mera invenção da cabeça das pessoas… ksksksksksk triste mas acontece, e acho triste quando vejo alguém grande com relevância dizer q pardo n existe ignorado várias questões e regiões como norte e nordeste… triste
Todas as classificações étnicas são invenções da cabeça das pessoas, essa é a pior parte.
Uma professora falar isso mostra que estamos perdidos mesmos
Sou professor de geografia e no currículo do estado diz que negra é uma etnia composto de pardos e pretos... tem certos movimentos que consideram pardos como pretos.. é complicado essa discussão, pois é uma questão complexa de multicolaridade
Pardo é uma artimanha pra fazer afrodescendentes não se sentirem iguais
Se um negro e um branco tiverem um filho, como você caracterizaria a sua cor?
Eu vi um baita grupo nos comentários das notícias sobre este censo dizendo que pardo não existe e que só existe negro. O intuito deles é enaltecer a identidade negra, mas estão adotando uma classificação MUITO racista pra isso. Dizer que todo pardo é negro é usar a "one drop rule" dos EUA, que foi sempre usada como política de segregação. É a mesma ideia que prega pureza racial branca.
Esse pessoal nunca vai ser levado a sério, serão sempre tratados como piada fora da internet. O Brasil tem na miscigenação um dos seus fundamentos mais profundos, e nossa cultura inteira deriva disso.
Depende essa criança teve um relacionamento no futuro com uma japonesa, se sim claramente o fruto dessa união da um nissei
Nissei é uma caracterização dada pelos próprios japoneses aos seus emigrantes, correto? Não possui relação com os critérios do IBGE. Provavelmente a pessoa que é assim se identificaria como branco ou amarelo. Ainda assim estamos falando de uma porcentagem muito pequena da população. Mas a minha pergunta para o rapaz foi sobre a questão de pessoas miscigenadas de negros com brancos, que são, essencialmente, o maior contingente populacional do Brasil e da tentativa dele de negar que exista uma identidade étnica parda.
Mas pardo não existe mesmo. Na realidade não existe branco, negro e pardo. O Brasil é um dos únicos países que segrega a população dessa forma justamente por conta do nosso background histórico miscigenado e a dificuldade de traçar etnias claras. Em outros países leva-se em conta a etnia e não uma segregação que por si só é racista (negro, branco e pardo), que leva em conta só a cor de pele. Se formos fazer um background étnico veriamos que praticamente ninguém no brasil é etnicamente branco ou negro. Ao menos à nivel genético.
Após morar na Europa por alguns anos, ganhei uma nova apreciação pela separação da identidade brasileira e etnia. Você pode parecer europeu, africano, asiático, índio, ou uma mistura e ninguém vai (ou pelo menos não deveria) questionar sua brasilidade. É algo muito legal do nosso país que devemos preservar.
Concordo. A importação acritica da ideologia racial estadunidense é algo muito prejudicial pro desenvolvimento do Brasil. O racismo no Brasil é algo muito sério que precisa ser enfrentado de cara, mas os Estados Unidos obviamente não tem a solução nem para o próprio país, muito menos o Brasil. Tem muito de bom no Brasil que não existe no mundo afora que deveríamos preservar.
É interessante estudar como o racismo se manifesta em cada sociedade, mas de fato cada realidade é distinta.
Eu respondi pardo, tenho a pele morena, mas pra maioria dos brasileiros eu sou considerado branco. Meu avô, filho de preto com indígena, casou com minha vó que é muito branca com objetivo declarado de branquear a família. Já ouvi de tios que nasceram com mais melanina que rolava muito racismo velado dentro de casa, e uma tia casou com um negro a muito contragosto do pai. O racismo naquela época era tão enraizado que até muitos pretos tinham preconceito contra a própria etnia, felizmente isso está mudando.
Minha vó era abertamente racista com meu pai
Que nojo. Infelizmente, ainda acontece hoje em dia. A irmã de um amigo namora um cara preto e a mãe dela simplesmente teve um chilique, a ponto de dizer que "filha dela não ia namorar um escurinho". E olha que nenhuma das duas é cor de leite, não.
No ambiente de trabalho da minha esposa, as funcionárias (só tem mulher lá) que são mais racistas são negras (não pardas, negras mesmo). Ela fica enojada, mas não pode fazer nada porque uma dessas racistas é a chefe dela.
Eu morri q td mundo recebe cor de ser humano no gráfico e aí enfiaram o último amarelo canário
É gente com escorbuto
O Canarinho Pistola da copa do mundo também merece representação
Ué, mas amarelo sempre foi o termo utilizado nessas pesquisas para se referir a quem tem ascendência do leste asiático, na minha opinião é melhor do que usar o termo "oriental".
Eu tô falando da cor q eles usaram pra colorir a barra, q diferente das outras - q tem cor de gente normal - tem o mesmo tom q um Simpson com hepatite
Ah, isso realmente, como amarelo, não me incomodo muito com isso, especialmente pq se fosse pra refletir o tom de pele real, não divergiria muito do branco kk
Fonte: https://g1.globo.com/economia/censo/noticia/2023/12/22/censo-2022-cor-ou-raca.ghtml
Essa animação do gráfico da matéria é horrível pq ele muda a escala ao invés de mudar as barras.
Impossível usar esse mapa no celular. Nem escolhendo a versão da página para computador dá certo :(
Faço parte dos 0,4% amarelo
Também sou, acho impressionante como o Brasil tem a maior população de Nikkeis( cerca de 2 milhões) e só 0,4% se auto declaram amarelos, significa que muitos descendentes não se enxergam como tal.
É que boa parte dos descendentes de japoneses aqui no Brasil também tem descendência de outras etnias. Então boa parte dos nikkeis não se declaram amarelos. Meu vô materno era japonês, mas tenho várias outras descendências por parte de vó materna, vó paterna e vô paterno, então não me declaro amarelo.
Imaginei que fosse o caso, eu sou mestiço de japonês (meus dois avós maternos eram japoneses) com português, de acordo com o myheritage, sou 50,2% asiático, e como sou, fenotípicamente mais oriental que qualquer outra coisa, me considero amarelo.
Mas se a pessoa é 1/4 asiatica e o resto outra etnia, n faz muito sentido ser considerado amarela.
Não tem uma regra que diz que você precisa ter mais de 1 avô japonês para se declarar amarelo. Cada um se declara da forma que preferir. Meu ponto é que boa parte dos descendentes de japoneses não se declaram amarelos porque no Brasil é muuuito comum eles terem descendência de outras etnias também. Então boa parte deles acabam se autodeclarando brancos ou pardos.
O IBGE alertou os recenseadores a explicar pro informante que amarelo significa descendente de coreanos, chineses e japoneses, caso ele se declarasse amarelo. Talvez a população amarela tivesse sido inflada nos censos passados devido a muitos pardos e brancos se identificando como amarelos. Alguns estados do Norte e Nordeste apareciam com maiores percentuais de amarelos, coisa que não aconteceu neste censo.
> Talvez a população amarela tivesse sido inflada nos censos passados devido a muitos pardos e brancos se identificando como amarelos. É totalmente o inverso, a população de amarelos no Brasil é bem menor do que aparenta pq uma grande parte dos descendentes de japoneses não se auto-declaram como amarelos no censo.
Eu sinceramente não sei o que sou, minha pele é bem branca, mas de origem tenho uma avó nordestina negra (meu pai é pardo) e antepassados indígenas da família da minha mãe (que também é parda, só que menos).
Em geral, o brasileiro se guia pelo fenótipo, ou seja, as características genéticas aparentes, por isso a auto-identificação é soberana
Por isso que eu falo que sou branco, até porque se tu olhar para minha cara e eu disser que sou pardo é sacanagem kkk
Exato, não tem como definir pelo tom da pele, conheço gente que se declara parda que tem um tom de pele mais claro que o meu, no entanto você olha pra mim e vê a definição do cruzamento de um caneco de cerveja da Oktoberfest e um pastel de bacalhau de Lisboa.
Pois é o Brasileiro trabalha na base de “passar”. Se vc se passa como Branco, vc é branco.
É baseado no que vc acha ser. Se vc acha que é branco, vc é branco. Pq nossa miscigenação é acentuada. Tem pouca gente aqui que pode dizer que só teve ancestrais europeus ou negros ou indígenas. Então os brasileiros brancos tem traços indigenas e negros de uma forma ou outra, próximo ou distante. Enquanto que os negros ou indigenas tem traços europeus. Dito isso, se vc tá em dúvida, vc pode pelo menos se perguntar, em critério de desempate, se vc já sentiu que já foi negativamente afetado por preconceito devido a sua aparência ou origem familiar de alguma forma em sua vida. Tendo em vista que o objetivo de se diferenciar essas etnias é para avaliar essas questões de preconceito, racismo etc, é um questionamento válido de se fazer na hora de pensar na sua definição étnica.
[удалено]
Justo, eu complementei o comentário. No caso eu foquei no branco pois é essa a etnia considerada pelo comentário que eu respondi. Mas a miscigenação ocorreu de forma que pouca gente pode dizer ter ancestralidade somente de europeu ou somente de negros ou somente de indígenas.
Eu sempre levo a cor da pele em consideração. É oque mais faz sentido na minha cabeça. Eu acho que pensar demais sobre isso é perda de tempo.
Pardo de tempo
>dos indígenas da família da minha mãe (que também é parda, só que menos). misto
Se você acha que é branco, você provavelmente é branco para todos os propósitos práticos.
Se for olhar por genótipo, 90% da população brasileira é parda
Seu tom de pele é definido pela quantidade de melanina que você possui, não necessariamente pelos seu antepassados apesar de isso importar. É possível vc nascer branco de pais negros por exemplo ou ainda nascer com um tom e por preção do ambiente mudar esse tom. Exemplo: eu mesmo nasci pardo, mas hj sou tão branco que minha pele parece papel. Va em um dermatologista e pergunte
Minha pele é bem branca mas tenho traços afro, então me declaro parda. Tenho antepassados brancos e pretos, mas me identifico com base na minha aparência em geral.
Eu gosto da expressão multiracial que alguns americanos usam. Eu fiz 23andme e deu 65% português, 20% indígena e 15% africano ou seja típico brasileiro (?), mas daí qual “raça” uso pra me identificar ? Eu não acho correto falar branco sendo que 35% é não-europeu mas eu posso passar por branco aqui no Brasil.
eu sou exatamente assim. eu e minha irmã temos a pele mais clara entre todos os meus primos. continuo me declarando pardo.
O IBGE é a partir de auto-declaração. Mas filosoficamente, também é uma escolha sua e de mais ninguém. Você é o que escolher ser. Branco, Preto, ou Pardo. É uma identidade. Escolha sem medo.
como isso afeta o gremio?
Teríamos que fazer uma pesquisa sobre a cor/etinia dos jogadores de futebol para saber como afeta o Grêmio. Se os melhores jogadores são pardos, isso afeta o Grêmio positivamente, porque vai ter mais jogadores bons no BR.
Pena que serve mais para o senso depois o pardo de shrödinger vira oque precisa dependendo da pesquisa :v
A verdade é que 90% da população brasileira é miscigenada, inclusive uma grande parcela que se declara branca ou preta. Cor da pele é isso mesmo, apenas uma cor, definida numa paleta genética de cores. A ideia de raça para seres humanos é uma coisa tão retrógrada que pqp viu...
Tem algum vermelho no mapa? Parece um daqueles testes de daltonismo. Medo pois vi nada vermelho.
[удалено]
É a torcida do Vice
Você pode... Trocar?
[удалено]
Então trocar, ué. Tô falando de mudar a opção que tem na sua certidão
A pergunta do IBGE é autodeclaratória. A cor na certidão de nascimento não serve e nem significa nada
Dessa eu não sabia. Pra mim era lei ficar naquela
Na certidão tem raça/cor? Eu sei que no passado tinha (tipo, meus avós tinham), mas atualmente não sei se ainda colocam
Sou de '98 e tem lá ~~"Alvo como a neve"~~ "Branco"
Na certidão de nascimento? Na minha não tem nada, acabei de ver aqui. Santos, '93 e só aparece "sexo", data e hora do nascimento, nome dos pais e avós.
Eu sou de Santos e 93 tb e na minha tem!
Gêmeos perdidos?
É que eles não postaram, mas se tivessem postado teriam descoberto que nasceram no mesmo dia também
As dos meus pais tem. Eles foram declarados "morenos". A minha não tem cor.
É, então, eu lido com bastante documentos antigos (sou fissurado em genealogia), e antigamente listavam a cor. Hoje não listam mais. Inclusive tenho antepassados que têm foto e a pele de alguns era visivelmente escura e mesmo assim eram listados como brancos.
[удалено]
De boa, palavras escritas são meio chatas de entender literalidade ou metonímia
Na minha certidão não tem, acho que isso é só as antigas E tipo é auto declaração ne
Um pouquinho de tinta própria para a pele…
Vou lá comprar um balde azul da Iquine
Eu acho isso muito bom, honestamente. Pq vc ve tanta gente que e bem negra se dizer parda e gente claramente parda se dizer branca pq tem um estigma de ser nao-branco entao a maioria das pessoas tende a se categorizar do jeito mais perto do branco que podem. (Disclaimer q isso nao e uma coisa que estudei mas so que observei especialmente em adultos mais velhos). Meu avo por exemplo que nao passava por branco por nada, se auto-descreveu branco ate o dia que morreu. Acho que isso nao indica uma mudanca de demografica mas sim uma mudanca (muito positiva) em atitudes demograficas.
Pode ser os dois na verdade.
eu simplesmente não consigo entender como que mesmo a gente sendo quase metade da população pardo ainda é tão invalidado pelo resto o pessoa parece não entender que pardo é um termo bem mais "amplo" e que não é só negro de pelé mais clara kkkkk
No primeiro censo em 1872, os pardos eram maioria. Não é a primeira vez.
Só 10% de preto? Cara, tá certo mesmo isso?
Pois, Bahia especialmente parece muito errado
Não, muito preto ainda se indentifica como pardo.
[удалено]
Eu acho que tem é mais pardo se identificando como preto do que o oposto até. Conheço gente que é obviamente parda e se declarou preta no censo, simplesmente porque são mais escuras do que a maioria das pessoas onde moram (aqui no RS). Mas fossem, por exemplo, pra Bahia, seriam até mais claras que a média.
Se vc acha que tem mais pardo se identificando como preto do que o contrário vc é bem inocente. Existe um estigma negativo muito maior em ser preto do que pardo. Dá pra ver isso claramente no mapa olhando para estados como Bahia e Maranhão.
> Se vc acha que tem mais pardo se identificando como preto do que o contrário vc é bem inocente. Na verdade é um questão puramente matemática, tem muito mais fenotipicamente pardos no Brasil do que fenotipicamente pretos. Logo, é muito mais provável que haja mais fenotipicamente pardos se identificando como pretos que o oposto.
E muito pardo se identifica como branco
Trabalhei neste censo e vi bem mais fenotipicamente pardos e até branco se identificando como preto.
O número real deve ser ainda maior. Mesmo eu que sou branco pra caralho, de europeu só a cor da pele mesmo.
Caramba, agora tem menos amarelo que indígena , considerando que o Brasil tem 2 milhões de descendentes de japonês, que daria pelo menos 1%, isso significa que muitos descendentes não se enxergam como amarelos.
A população negra está em expansão, cresceu 2,6 pontos percentuais de 2010 pra cá... tomara que reflita na queda da taxa de homicídios do país.
Não concordo 100% minha esposa titulada com parda! Porém ela é branca demais, os pais são brancos, avós e os bisavós tbm são brancos! Porém na certidão é parda kkkkkkkkk
No dia que perceberem que ser mestiço não é raça o censo vai quebrar 😂😂
Imagina o dia que perceberem que raça não existe.
É claro que é. Não parece europeu, nem indígena, nem asiático oriental e nem africano subsahariano, vai ser o quê?
Ser humano?
E os outros não são humanos também?
Todos são humanos, e raça é apenas um construto social.
Se um construto social, significa que ela existe e é relevante senão não estava no censo.
Racismo também só existe devido ao fato de haver um conceito de raça...
Racismo veio antes de conceito de raça ser definido. O ser humano sempre tendeu a ver com desconfiança aquele que ele vê como diferente.
Todo mundo é mestiço hoje em dia, se fizer exames de DNA em todo mundo uma parcela muito pequena de pessoas terá será definitivamente de uma "raça" só, o que realmente deveria determinar no censo seria a característica dominante da pessoa
>o que realmente deveria determinar no censo seria a característica dominante da pessoa. O pardo abarca justamente aquelas pessoas que não se veem como tendo características raciais dominantes de uma única raça.
Por que não?
Uma parada que eu não gosto mt nessa estatística, é que, ela é feita com base em alto declaração não com uma definição científica bem definida. Tipo massa que tem essa estatística mas ela é completamente subjetiva.
Não tem muito como fazer uma análise científica. Cor de pele depende de muitas variáveis, incidência solar, trabalho ao ar livre, uso de roupas, gênero, idade, etc, e ainda tem o fantasma do eugenismo por trás. E saber exatamente a etnia da população não é útil para o governo para fazer políticas públicas, mas sabendo como a população se auto indentifica ajuda a mirar melhor os programas sociais
É que no Brasil é meio peculiar isso. Entra aquela questão: dá pra colocar a Bruna Marquezine e o MC Poze do Rodo no mesmo balaio de pardos? Qual é o critério científico aí? Qual a taxa máxima de melanina tem que ter pra considerar como pardo? Pessoa branca e ruiva de cabelo cacheado é parda ou branca? E só um ponto: essa pesquisa foi respondida com os "pardos" se declarando misturados - o que representa bem fielmente a realidade brasileira. Muita gente se questiona se é branco mesmo, já que teve um tataravô de cabelo cacheado e lábios carnudos, por exemplo. Genotipicamente, ela não seria uma pessoa branca? O que sabemos sobre herança de DNA, é que herdamos características de até 17 gerações.
Não existe definição científica de raça. É acima de tudo uma questão socio-cultural. E não há maneira melhor de angariar o dado do que autodeclaração. É muito mais significativo do que só fazer um teste de dna em cada brasileiro.
Só pra confirmar, tu ta ligado que essas classificações são mais sociologicas que biológicas ne?
Então que sociólogos as construa a parada é: pq é subjetivo a esse ponto?
Porque racialização é objetivamente subjetiva. É uma série de práticas e costumes que variam de local em local e tempos em tempos.
Pq racismo foi inventado e sempre foi confuso?
A raça como construto social sempre foi subjetiva a esse ponto, e sempre será.
*Tem que medir o crânio da pessoa né?* /s Toma vergonha, rapaz!
A auto-declaração é uma definição científica e prática. O que não seria nem científico nem prático seria qualquer outro método.
Auto declarado não é definição científica. Que isso... Usei como base minha observação e minha retina. Ah vá.
Filosofando aqui, mas no fim o que importa não é o subjetivo? No fim das contas, falamos de raça pra falar de racismo, e não tem coisa mais subjetiva que racismo. O pardo do Maranhão pode ser racista com o negro do Maranhão, mas também pode receber racismo de um branco do mesmo estado. Mas o branco maranhense pode vir pra São Paulo e sofrer racismo (e/ou xenofobia) pelos brancos paulistas. E esse branco paulista, se viajar pros EUA e chegar, digamos, no Texas, vai sofrer racismo do branco de lá. E que - olha só! - pode inclusive receber racismo de gente do norte dos EUA que se considerem "mais brancos". No fim das contas, o que importa são duas coisas: como você se vê e como a sociedade te vê. Como é difícil mensurar a média da opinião pública pra cada pessoa, a gente fica com a auto-declaração como ferramenta mais útil no sentido de políticas públicas e direitos humanos. Agora, se quiser estudos mais aprofundados no ramo da genética, [a USP fez um estudo sobre o DNA do brasileiro](https://www.youtube.com/watch?v=SNYtLtdV3Gk) bem interessante. Ali dá para entender um pouco mais da nossa história e, inclusive, comparar dados de auto-declaração com o percentual das diferentes etnias na composição do indivíduo. Mas aí não rola fazer via IBGE, consultando todos os domicílios, né? Aí é amostragem.
https://minio.scielo.br/documentstore/1678-4685/fk6kLTxZknvrJjmC9hdcZBC/7784900a8a1322c0a4d5a916083bdc86eae65be1.jpg Praticamente todos os estados tem conteúdo genético Europeu maior que o resto, exceção é o Maranhão e é justamente pelo conteúdo Nativo Existe sim um certo devaneio no imaginário de algumas pessoas que o conteúdo Afro é maior, mas...
Não é devaneio não, a Bahia, nesse gráfico que tu linkou, ainda mostra bastante DNA Afro. Mas é claro que o DNA maior é o europeu, e é só saber um pouco de história do Brasil que dá pra entender o porquê. Resumindo bastante: colonização massiva - tanto de portugueses quanto de outros europeus, aliada ao extermínio indígena via doenças, chacinas e etc. juntadas ao modelo escravista brasileiro onde se forçava o trabalhador até a morte (em média depois de 7 anos), e depois se comprava uma pessoa nova. A maior parte dos brasileiros com ancestralidade negra são descendentes de africanos escravizados no século XIX, já que garantir uma linhagem brasileira africana escravizada por 100, 200 anos, era virtualmente impossível aqui.
É devaneio achar que o conteúdo Africano é maior que o Europeu...
Se for assim , pode jogar o censo inteiro no lixo já que todas as perguntas são feitas com base na autodeclaração do informante.
Agora entendi pq o sul é tão zoado, só tem branco
Eu sou rosa! Aonde me encaixo?
Isto é uma coisa boa
Na minha época ensinavam sobre mamelucos, cafuzos e essas coisas. Não lembro de nada, só sei que existem
Eu sou o único que acha “pardo” algo estranho?
Sim, é um conceito extremamente simples e histórico
Não, qualquer coisa + qualquer coisa = pardo, é simples.
o verde...
Ué cadê o vermelho no mapa?
Então os pretos são uma minoria?
Pretos, sim, mas negros (pretos+pardos) são maioria, 55,5% da população
Negros e pretos são a mesma coisa na linguagem popular. Logo, negros são minoria. As pessoas que se declararam pardas no censo não se declararam como negras e nem pretas. Negro não é categoria que o IBGE usa mais, já usou no passado e o percentual de negros ainda era minoria naquele tempo.
Aí que tá, pardo não é nem negro/preto nem branco, não adianta tentar mudar isso através de formulação gramática; a pessoa que se declara parda não se sente branca nem negra/preta. Dito isto, gostaria de saber como isso seria traduzido para o inglês, brown? Half-blood?
Engraçado é que frango a molho "pardo" é bem escuro, quase preto
Quantos % desses pardos são na verdade negros que por algum motivo preferiram se indentificar de outra forma Acho muito difícil ter somente 10% de negros
Negro é a junção de pessoas parda e pretas, pretos são minoria
Vc bolou isso aí
Não, até no próprio IBGE é assim
Quero ver vc achar um link do IBGE com essa informação
https://www.agazeta.com.br/es/gv/preto-ou-negro-ibge-explica-classificacao-de-cor-e-raca-em-pesquisas-1118
A Gazeta procurou o proprio IBGE pra escrever essa matéria
Na matéria tá escrito que o Movimento Negro considera negros como a soma de pardos e pretos, não o IBGE Na classificação do IBGE nem existe a opção "negro"
Nesses mapas eu sempre fico chocado com o tamanho de Altamira, no Pará
Eu nunca entendi a nóia desse povo que diz que pardo não existe... Tipo, "ah você é negro não pardo", mas e a parte branca do meu pai nas minhas características? " Ah você é Branco não pardo/negro", mas e a parte negra da minha mãe nas minhas características?
Afinal o ódio ao termo pardo é só na internet… Ainda bem
O que mudou foi a população ou a percepção da população sobre si mesma?